quarta-feira, 20 de maio de 2009

Teatro Inusitado

Na verdade o inicio foi lá em 2004 com o Beco203. Eu e as gurias lembramos bem. A gente se divertia na caminhada entre o Bambus e o prédio 203 da João Pessoa. Casinha colorida, paredes pintadas, gente como a gente.

Com problemas de alvará – é o que dizem – fechou o lugar mais bacana da cidade. Depois o Vitor Lucas, criador do Beco, inventou umas festas na Marina Pública, a gente caía na brita, quase se afogava no rio, mas era bem legal. Teve festas em puteiros e em casas abandonadas também.

Tudo isso porque o Beco não tinha mais uma sede efetiva. Enfim, o Vitor conseguiu comprar o antigo Cabaret Voltaire, na av. Indepndência. Virou Cabaret do Beco. Depois, criou um novo beco no antigo Encouraçado Butikin, o Porão do Beco.

É lá que, agora, acontecem peças de teatro todas as sextas feiras. Quando descobri, decidi que tinha que registrar esse momento. Ao mesmo tempo que a classe artística, a classe musical e a classe maluca beleza são a mesma, não são. Ter um teatro dentro da buatchy mais hypada de Porto Alegre representa uma integração entre as pessoas que gostariam de ir ao teatro, mas que tem preguiça.

É, coragem, existem pessoas assim. E a grade desculpa é que você assiste a peça e fica para a festa! Bom, teatro dentro do lugar de festas, nada comum, como todos os conceitos malucos que já surgiram da hoje produtora Beco 203.



No dia 24 de abril, a BECO 203 PRODUTORA lançou um novo produto. Agora, nas sextas-feiras à noite, antes das conhecidas festas nada usuais, uma peça de teatro abre a programação. A casa fica disponível durante um mês para temporada de cada grupo de teatro. No primeiro dia de Maio a casa abre as portas às 20h para o público com o primeiro espetáculo: a peça Agora Eu Era, corte 1. Pagando doze reais qualquer um pode prestigiar a novidade (classe artística paga dez). Quem ainda não sabe aonde fica o Porão do Beco corre até a Av. Independência, 936.

E fica a dica: quem assiste a peça, já fica pra festa na sequência!!!

Matéria em áudio:
Download Gabriela Casartelli - Teatro Inusitado

Vambora, bixo?

A acústica dentro daquela sala me faz escutar melhor. - Vamos fazer na ordem do show, depois a gente brinca, diz o baixista. Mas a brincadeira começa na mesma hora. Para eles, tocar é o prazer máximo, e podemos ver isso nos respectivos olhos. Há cerca de um ano surgiram em um ensaio indireto, seriam Tim Maia, seriam rock'n'roll, ou não seriam nada.

Sentada em um banco mais ao lado, pra não atrapalhar a guitarra e o baixo, mas sem levar pancadas das baquetas, eu me preparo, assim como o trio. Benjamin Constant, bairro floresta, Porto Alegre. Noite quente, ainda é verão e fazer barulho não é problema.

Depois de umas imagens gravadas no show verde, porque os shows dos caras são coloridos – pasmem! –, que nem foi tão bom, o próximo ensaio. Lugares limpos, lugares sérios. Lá não dá pra tocar com todo o tesão possível. Pena. E, mesmo assim, não vi nada tão bom.

Duas horas, dois minutos. Um bom papo, um bar e muitas idéias. Foi assim que, depois do show verde, assisti um ensaio da banda Ônibus Azul no MusicBox, um estúdio na capital do rock. Depois, sentados no segundo lugar mais confortável que pode existir para um músico, o bar, o baixista Gustavo, o guitarrista Steve e o baterista Samuel me contaram um pouco da trajetória e das idéias da banda.

Making off: cabeça gravada com auxílio de Camila de Moraes, ensaio no estúdio Music Box e show verde no auditório da Livraria Cultura, tudo por Sony DSC-H2. OFF na câmera e editado no Audacity. Imagens editadas no Windows Movie Maker.



Juntos desde meados de 2008, os três componentes da banda Ônibus Azul são Gustavo Barcelos (ex-Brim Curinga), Samuel Gamboa (ex-Gárgulas) e Steve (ex-Musgo). Juntos fazem um rockn roll próprio, independente e, o principal: de qualidade. Com sintonia desde o início, agora o ônibus tomou a estrada e, além de vento no rosto, só querem continuar fazendo um bom som e divertindo - a quem os escuta e a si próprios.

O lance era fazer muito Rock'n'Roll, com temas próprios e tentar seu lugarzinho na sombra - entrar no Ônibus e pegar a estrada... O mundo está repleto de rock, de poesia, de gente que quer ouvir, falar, cantar... Por isso, VAMBORA BIXO!

Músicas, fotos e agenda da banda aqui.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Delicada Ostentação Efervescente

Selo amigo, festa e bom gosto garantidos. Não precisava muito para garantir não só a minha presença, mas o meu interesse em tornar matéria e divulgar. Mais uma vez a Casa de Tolerância, e não é porque elas são bonitinhas, não. Nina, Ianny e Amanda sabem criar, selecionar, moldar, cortar e finalizar como ninguém.

Esse foi só mais um jeito de fazer o convite para essa noite, essa festa, esse desfile, esse show. Com a matéria anterior sobre moda, na qual as garotas dão a sua opinião técnica sobre o assunto, tive acesso à essa coleção. No dia da gravação elas estavam fazendo as fotos abaixo.

Eu sabia que, como todas as outras vezes, a coleção estaria impecável. Mesmo assim, não sabia que ia estar tão impecável. Naquele dia tive acesso exclusivo às fotos e também a idéia original que fez as gurias juntarem dois conceitos tão loucos em um só: Rock'n'Roll e Belle Époque. Daí foi um passo para que eu me tornasse cada vez mais fã.

Para finalizar, acho importante comentar como é legal ter gente boa assim como elas - e como outros tantos - na nossa própria cidadezinha provinciana e, mais ainda, dar o valor merecido. Só assim a cena da moda no RS vai ter reconhecimento.


As criadoras da Casa de Tolerância já começam inovando pela temporada. Enquanto todo mundo costura para o INVERNO 2009, elas costuram para o OUTONO. Finas. Mais e sempre: são ousadas e, até agora, aqui no sul, pelo menos, não existe nada igual.

A mistura louca desse outono? Rock’n’Roll e Belle Époque. A idéia é fantástica: são dois momentos históricos de transgressão na moda. Foi na Belle Époque, lá pelo final do século XIX, que luxo, glamour e, principalmente, extravagância foram explicitados na indumentária. Neste ponto a palavra-chave é, sim, ostentação - no seu melhor sentido. Quem disse que é ruim?

Valorização do corpo feminino e das curvas e, na contramão dessa época de luxúria contida, um primeiro resquício da masculinização dos looks femininos. Foi quando surgiu, contra exageros, mas a favor dos cortes simples, Mademoiselle Chanel.

Mesmo que possa parecer avesso, o rock’n’roll também é assim cultura-pura, efervescência: cabarés, cancan, cinema, Impressionismo e Art Nouveau são, afinal, muito similares ao underground do rock.

E é pra lá que nós vamos no dia 15, sexta-feira. Pro Porão do Beco ver esse choque, esse contraste, essa loucura que as três criadoras do primeiro coletivo de moda do RS estão preparando pra nós.

E, para animar a festa, o lançamento será feito num desfile-show com Dating Robots (ex-Chiclé Demência), durante uma festa especial da Casa de Tolerância, com discotecagem de Eduardo Normann e Mariana Kircher (Lust For Life!), Juliana Baldi (Ipanema FM), Daniel Lacet (Fuck Rehab) e o DJ do coletivo, CoguBoy com participações especiais das designers Amanda, Nina e Ianny.

Vamos??

Fotos Daniel Lacet/divulgação