quinta-feira, 23 de abril de 2009

Santiago do Boqueirão - análise de tendências

A matéria surgiu a partir de estudo de tendências na cidade de Santiago do Boqueirão, aonde estive na última páscoa. Fui visitar a minha humilde - mas borracha - família e lá, em um momento célebre e raro de lazer, observei melhor as ímpares figuras moradoras da tal cidade.

Obviamente com a autorização e consultoria prévia de meus primos e familiares, com OFF's muito secretos e com constatações gerais de muitos moradores da cidade trouxe para os colegas Ipenses algumas curiosidades da Fronteira Oeste do grandioso Rio Grande.

Making off: Muita pernada pelas ruas áridas de Santiago, com bloco na mão e olhos bem abertos para qualquer movimentação inusitada!

Segue abaixo minha obra:



Além de poder lamber o muro do Caio (para esclarecer, Caio Fernando Abreu nasceu em Santiago), quem visita “a terra dos poetas” por pelo menos quatro dias tem grandes probabilidades de passar por alguma das aventuras que passei.

Na night, os alto-falantes dos carros emanavam muito reggaeton, sertaneja, vanera e eletrônica. Eletrônica do hype de dez anos atrás. A loja mais legal de toda cidade é a que tem mais artefatos da novela das índias que o camelódromo amigo – Centro Popular de Compras super-recém-inaugurado – do centro de Porto Alegre. Lá tem todos os brincos da Ju Paes, inclusive uns mais oitentinhas e menos todo-mundo-tem, além de várias batas.

Curiosidade para quem nunca visitou a fronteira oeste: o dialeto.

1) carcaçama – vem de carcaça. Digamos que são pessoas mais velhas e não muito bem cuidadas. Se usa: “lá é só carcaçama”.

2) arame liso – aquele que cerca, cerca, mas não enrosca nada. Arame, para quem não conhece, é um artefato usado para fazer cercas. Só que existem dois tipos: farpado e liso. O farpado é o que enrosca. Se usa: “o sujeito não pega ninguém, é arame liso”. Inventamos uma nova modalidade, a da cerca elétrica: cerca, dá choque e espanta.

3) chinedo bagual – resumindo, é muita putaria. Usou-se a primeira vez em referência a uma festa não muito honrada. Aqui no sul, no interior, china é sinônimo para ‘mulher da vida’. Bagual dá a ênfase - muito, intenso, grande. Se usa: “naquele bar vai estar um chinedo bagual".


Tendência: mexican mustache. Aqui na fronteira oeste é clássico e tradicional, todos usam bigodzinho. Mas toda a tendência mundial afirma e eu, é claro, que sou baita maria-vai-com-as-outras, repito: o bigode vai voltar!!!


Afiem as navalhas, meninos!

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